sábado, 24 de outubro de 2009

Museu de Arte da Pampulha

"Fiz este projeto em uma noite, não tive outra alternativa. Mas quando funcionava como cassino, cumpria bem suas finalidades, com seus mármores, suas colunas de aço inoxidável, e a burguesia a se exibir, elegante, pelas suas rampas." (Oscar Niemeyer)

Localizado no conjunto arquitetônico da Pampulha, o Museu de Arte da Pampulha (MAP) foi projetado por Oscar Niemeyer a pedido do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitscheck e inaugurado no início da década de 40 com o propósito de atualizar culturalmente a capital mineira, que passa por uma significativa expansão física e populacional durante os anos 40 e 50. O projeto inicial compreendia o atual museu como um cassino, mas devido à proibição do jogo no Brasil em 1946, essa função foi abandonada. A construção começou a atuar como museu a partir de 1957.
O museu foi o primeiro edifício do complexo a ser construído e é concebido a partir da alternância de volumes planos e curvos, de jogos de luz e sombra. Seu bloco posterior em semicírculo estabelece um contraponto em relação à ortogonalidade do salão principal. O rigor das retas é quebrado pela parede curva do térreo e pela marquise irregular. As superfícies envidraçadas e as finas colunas que sustentam a marquise são outros elementos que proporcionam leveza ao conjunto. Os jardins foram projetados por
Burle Marx e apresentam esculturas de August Zamoyski, José Pedrosa e Alfredo Ceschiatti.
O MAP foi tombado pelo patrimônio nacional em 1994 e passou por uma grande reforma em 1996, a qual, além de renovar sua infra-estrutura técnica e organização museológica, atribuiu a ele salas multimídia, biblioteca, café, bar e lojas. Atualmente, o museu possui exposições periódicas com obras do acervo (1.600 obras) e divulgação de produções contemporâneas de artistas variados.
Ao visitar o museu é possível apreciar o característico estilo de Niemeyer em uma de suas melhores expressões e compará-lo às outras construções da Pampulha e até mesmo de outros estados. Além disso, é possível traçar um paralelo entre o MAP e a Villa Savoye, de Le Corbusier, a qual teria inspirado Niemeyer.
Infelizmente a construção não tem seu melhor aproveitamento como museu, já que o excesso de vidro prejudica/limita as exposições que nele acontecem.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Objeto Interativo - Circuito Musical

O som é um dos fatores mais interativos existentes no mundo e isso pode ser percebido ao observar que ele está presente em quase todas as atividades do cotidiano, direta ou indiretamente. Diferentes tipos de som provocam diferentes sensações e podem ser utilizados em variadas situações.

Tomando como base a dinamicidade do som, foi desenvolvido esse objeto interativo que consiste em uma plataforma musical que pode, ou melhor, deve ser explorada pelas pessoas. Elas poderão extrair, de lugares determinados e através de meios variados, diferentes notas e sons , os quase poderão ser combinados livremente. Dessa forma, o objeto representa um entretenimento musical sem “resposta certa” e interminável, que instiga constantemente as pessoas a construírem novas “melodias” a partir de parâmetros já existentes.

Inhotim - Olafur Eliasson



“A ênfase do trabalho está sempre no espectador. A relação entre você e a instalação é a instalação.” (Olafur Eliasson)

Olafur Eliasson, nascido na Dinamarca e radicado em Berlim (onde reside e possui o seu "ateliê-laboratório"), é hoje um dos mais importantes nomes da arte contemporânea. Sua obra busca a interatividade com o público e trata do modo como pensamos, sentimos ou percebemos a natureza, promovendo uma investigação artística sobre o homem e o ambiente que o cerca. O artista explora bastante o campo da visão, criando fenômenos ópticos complexos através da luz e outros aparatos técnicos. Junto à luz, a água é outro elemento muito recorrente em seus trabalhos.

O reconhecimento mundial de Olafur Eliasson teve início com a criação do The Weather Project para a Tate Modern (Londres, Inglaterra), em 2003. Trata-se de um bulbo gigante de luz artificial que "recria" o sol, tornando o ambiente monocromático.

Outro famoso projteto do artista é o Green River (1998), que consiste no tingimento de rios com um corante vermelho (inofensivo ao meio-ambiente) que, para a surpresa de todos, inclusive de Eliasson, se torna verde ao entrar em contato com a água. Rios de Estocolmo, da Alemanha e de Los Angeles já foram "vítimas" dessa intervenção.

Nesse rumo, é possível destacar também a construção de quatro cachoeiras artificiais em Nova Iorque (2008), maior obra pública já feita pelo artista dinamarquês. Com um custo de aproximadamente US$ 15,5 milhões bancado principalmente pela iniciativa privada, as quedas d'água não prejudicam nem poluem o ecossistema local. Funcionam com bombas de energia renovável e usam a própria água do rio, puxada do leito e devolvida na seqüência a seu curso. Dessa forma, com um elemento natural, Eliasson desestabiliza um dos cenários-símbolo da urbanização. O artista afirma: “muitas pessoas vêem o espaço urbano como uma imagem externa com a qual eles não têm a menor conexão, nem mesmo física”. Com as cachoeiras em plena cidade ou os rios verdes, essa relação volta a acontecer.

Olafur Eliasson possui três obras expostas no Inhotim, museu de arte contemporânea de Brumadinho (MG), as quais são nomeadas By Means of a Sudden Intuitive Realization, I Believe e Viewing Machine. Sem dúvida, a primeira dessas é a mais interessante. By Means of a Sudden Intuitive Realization foi idealizada em 1996 e consiste em uma estrutura branca de fibra de vidro ao ar livre com a forma de uma espécie de semicírculo, que lembra um iglu. No seu interior, um mecanismo espirra para fora um fio d’água iluminado por uma luz especial. O jato causa instabilidade na visão e leva à dúvida se a água está mesmo lá ou se trata apenas de um efeito.

O envolvimento ativo do espectador é uma característica do artista que também estava presente no trabalho apresentado na 24ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1998. Na primeira vez que os brasileiros viam uma obra sua de perto, Eliasson mostrou The Very Large Ice Floor, uma pista de gelo no andar térreo do pavilhão do parque do Ibirapuera totalmente à disposição das pessoas. Mais uma vez o artista procurou atentar o público para elementos naturais que estão sempre presentes na nossa rotina, mas que são curiosamente esquecidos, buscando abrir os olhos das pessoas para o ambiente à sua volta.