segunda-feira, 28 de setembro de 2009

OI Futuro

O OI Futuro, localizado na Av. Afonso Pena, em Belo Horizonte, é um museu que conta a história da telecomunicação. Com grande investimento em tecnologia, o estabelecimento proporciona ao visitante um misto de aprendizado e diversão de maneira dinâmica e interativa.
Com o propósito de representar a experiência de visitar o OI Futuro, foi desenvolvido um objeto através do programa SketchUp. Trata-se de um cubo com faces coloridas e variadas, as quais apresentam certas interpretações embutidas.
A forma geométrica representa o espaço do museu, que é pequeno, mas bem explorado. As faces laterais são trançadas, objetivando representar a interação entre os artigos do museu e o público, a qual está presente durante toda a visita. Além disso, essas faces possuem preenchimentos que remetem a espelhos, fios, luzes e neon, fatores bastante explorados na estrutura do museu e que, indiretamente, remetem à tecnologia, a itens futuristas. A face com as linhas azuis, em especial, faz referência ao grande painel digital azul existente no museu, representando um de seus ambientes mais interessantes. Sem dúvida, o jogo de luzes e vidros/espelhos torna o ambiente muito interessante e confere a ele o aspecto moderno desejado.
As faces superior e inferior do cubo não são vazadas e recebem a estampa de negativos de filme. Elas demonstram um pouco de falta de interação com relação aos vídeos exibidos no museu. Não que eles não sejam dinâmicos e interessantes, pelo contrário, mas são um pouco cansativos (são muitos e longos) e, por isso, não se mostram tão atraentes quanto os outros itens do museu.
O cubo, por apresentar faces vazadas, provoca uma confusão entre suas estampas quando é observado de longe, como se houvesse informação demais para um único lugar. À medida em que nos aproximamos, as formas começam a tomar nitidez. Essa sensação pode ser percebida na visita ao OI Futuro. Há uma infinidade de vitrines, portas e computadores que fazem com que o visitante se sinta "perdido", sem saber por onde começar a explorar. Entretanto, uma vez iniciada a exploração, há grande entendimento e satisfação.


Filme "Meu Tio"

"Monsieur Hulot, solteirão e desempregado, passa a ser admirado por seu sobrinho Gérard, justamente por estar fora dos padrões impostos pela sociedade e, em particular, pela mentalidade vigente na família do garoto.

Na casa de seus pais, onde mora, Gérard se vê rodeado por toda uma parafernália moderna: quando a campainha toca, o chafariz do jardim é acionado e o portão abre-se automaticamente; a cozinha tem o que há de mais moderno e o desenho dos móveis é arrojado.

Seu tio Hulot, ao contrário, vive numa confusa periferia em que a ordem é estabelecida pelos próprios moradores. Sempre que Hulot vai visitar a irmã, atravessa as ruínas de um muro, que representa a ruptura da cidade tradicional com a cidade moderna.

Gérard observa que, ao contrário da monotonia que reina em sua casa, fazendo com que a relação em família se torne fria e vazia, a casa de seu tio é marcada pela alegria de viver, mesmo com dificuldades, e isso o fascina.

O apego que o garoto passa a ter, cada vez mais, com o tio, faz gerar uma crise de ciúmes em seu pai."

O filme "Meu tio" faz uma crítica à sociedade francesa da década de 1950, especialmente ao contraste moderno-tradicional. O moderno é representado pela casa da família Arpel (família de Gérard), enquanto o tradicional é simbolizado pelo tio Hulot (personagem que foge dos padrões impostos pela sociedade da época) e por sua residência, localizada em uma confusa periferia de Paris, onde o traçado das ruas é feito de forma sinuosa, parecendo espontânea. Esse tipo de construção representa o lado afetivo e pessoal da trama, o qual se contrapõe à frieza, à rigidez e à artificialidade existente na zona moderna do filme.

Gérard é o elo entre os dois universos.

A importância do filme na área da arquitetura e do urbanismo está relacionada à crítica existente à interação entre personagens e espaço físico. O enredo apresenta uma habitação que simboliza o modernismo e, ao mesmo tempo, mostra o excessivo controle dos espaços arquitetônicos em nome de uma funcionalidade que nem sempre é tão funcional.

Vale lembrar que "Meu tio" mantém-se atual, uma vez que apresenta uma crítica ao progresso e à modernidade ainda cabível à nossa sociedade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Panorama - Casa do Baile 2

Aprimorando as técnicas aprendidas durante o desenvolvimento do primeiro panorama, criamos, em grupo, uma nova apresentação da Casa do Baile. O trabalho teve como objetivo representar a experiência de visitar o local, mostrando as lembranças que nos vem à mente ao observar a estrutura. O resultado estimado é um panorama natural com a inserção de elementos aparentemente absurdos de forma realista, incorporando-os à paisagem.
A falta de simetria e as diversas curvas da construção nos remetem às inspirações de Oscar Niemeyer ao desenvolver o seu projeto. Entre essas inspirações, podemos destacar as ondas, que foram representadas na lagoa; as nuvens, que foram destacadas no céu; as montanhas, inseridas no horizonte; e as curvas da mulher, simbolizadas pelos vestidos incorporados aos pilares. Vale lembrar que tais vestidos também fazem referência à moda da época de inauguração e funcionamento da Casa e à sua função de promover bailes à sociedade.
O fato da Casa do Baile apresentar características e formas muito marcantes, praticamente presentes em todos os projetos de Niemeyer, faz com que os visitantes logo se lembrem de outras obras do arquiteto. Em referência a isso, inserimos no panorama algumas construções como a Igreja São Francisco de Assis, em Belo Horizonte; o MAC e o Teatro Popular, em Niterói; o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; a Catedral e a Praça dos Três Poderes, em Brasília.
O panorama foi “fragmentado” em vários quadrados, os quais destacam cada pequeno espaço da paisagem. Isso representa uma visão detalhista de todos os ângulos, visão essa que as pessoas deveriam explorar na experiência de visita à Casa do Baile, a fim de conhecer o todo junto às suas peculiaridades.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Objeto físico - Blocos estruturais

"(...) se as pessoas reconhecerão a área em questão como interior ou exterior, ou como alguma forma intermediária, depende em grande parte das dimensões, da forma e da escolha dos materiais." (Herman Hertzberger)
Baseado na leitura de "Lições de arquitetura", de Herman Hertzberger, foi desenvolvido um objeto físico que representasse alguma teoria defendida no livro de forma original e criativa. O meu objeto consiste em um conjunto de blocos de madeira que podem ser organizados de diferentes maneiras, dando origem a variadas estruturas, sendo que cada face de tais blocos é revestida por um tipo característico de material (azulejo, tinta, pelúcia, espelho, madeira).
O desenvolvimento desse trabalho foi inspirado na ideia de Hertzberger de que os materiais, as formas, as dimensões, a luminosidade e as cores de um ambiente são fatores capazes de relativizar os conceitos de exterior e interior. A utilização de matéria-prima normalmente presente em ambientes públicos em um ambiente privado pode eliminar seu caráter aconchegante, e torná-lo frio e impessoal. Ao mesmo tempo, o uso de materiais incomuns no ambiente público pode torná-lo mais íntimo, mais convidativo, mais acessível. Dessa forma, é possível estimular ou não o uso (e seu tipo) de determinadas áreas, torná-las mais ou menos isoladas, mais ou menos agradáveis.
Vale lembrar que Hertzberger aponta a exploração do conceito "interno-externo" e os fatores que o determinam ou relativizam como uma missão dos arquitetos. Eles devem ser capazes de analisar a região em questão e traçar rumos estéticos e práticos, os quais influenciarão a percepção do ambiente pelas pessoas.

O objeto físico busca explorar diferentes sensações e impressões causadas por cada tipo de material (e suas respectivas cores), alguns mais frios, outros mais coloridos, outros mais confortantes. Além disso, o fato de os blocos poderem ser usados de diferentes lados na constituição da estrutura remete à imprecisão sobre o que é interno e o que é externo.

Outro ponto a ser explorado pelos blocos é a variação do tamanho. O fato de alguns serem maiores que os outros resulta em "construções" de diferentes alturas e larguras, o que influencia diretamente no conceito do ambiente, na forma como as pessoas o enxergam. Estruturas com o teto muito alto são menos calorosas e remetem inicialmente a lugares públicos (galerias, por exemplo).
Por fim, a versatilidade dos blocos ao serem organizados diz respeito a outra teoria abordada no livro, na qual Hertzberger demonstra como um mesmo lugar pode ter suas funções e aspecto alterados ao longo do tempo, e mais, como uma mesma estrutura pode ser passível de várias interpretações dependendo do ponto de vista de cada um.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Análise de panoramas

Panorama: Mozer Lopes de Freitas

A abordagem do tema evolução e seu paralelo com a Casa do Baile foi muito coerente e interessante, uma vez que esta construção representou um grande salto na arquitetura, uma grande inovação tendo em vista a época em que foi concebida. Como disse em meu panorama, acredito ser esse um dos pontos mais chamativos em relação à Casa do Baile, afinal, se seu tipo de estrutura fosse "comum", ela não seria tão fascinante.

A montagem da esquerda, com os azulejos e a linha evolutiva do homem, ficou bem criativa e, ainda que não esteja com alta qualidade, destaco como um ponto positivo.

Como ponto negativo, apontaria as cores utilizadas, as quais tornaram o panorama sem vida, sem destaque. Acredito que a utilização de tons mais variados faria a imagem ficar mais nítida e mais atraente, além de tornar as pessoas inseridas à direita mais visíveis.

Panorama: Renata de Sousa Pedrosa
A inserção, no panorama, dos itens que inspiraram Niemeyer no projeto da Casa do Baile é muito interessante e criativa e por ter sido feita com grande qualidade, resultou em um trabalho rico e chamativo. Tais itens foram fiéis à própria declaração do arquiteto, o que torna o panorama ainda mais coerente. O espaço da imagem foi bem aproveitado e as cores foram bem escolhidas.
Acredito que a frase colocada na marquise poderia ter sido melhor explorada para que se mostrasse mais legível e acompanhasse as curvas da estrutura, o que as destacaria ainda mais e reforçaria o objetivo do panorama.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Panorama - Casa do Baile

"De Pampulha a Brasília eu segui o mesmo caminho, preocupado com a forma nova, com a invenção arquitetural. Fazer um projeto que não representasse nada de novo, uma repetição do que já existia, não me interessa. E nesse sentido, até Brasília eu caminhei. Mas senti que tinha que explicar as coisas, às vezes não era compreendido, que havia mesmo uma tendência a contestar essa liberdade de formas que eu prometia." (Oscar Niemeyer)
O complexo da Pampulha é, sem dúvida, além de uma paisagem encantadora, um marco na arquitetura urbana. As inovações em termos de paisagismo, estruturas, formas e cores são muito significativas, ainda mais quando se entende o momento em que elas foram elaboradas. As construções da região são símbolo da ousadia de propor algo que até então nunca havia sido explorado, da coragem de enfrentar a resistência de muitas pessoas e suas críticas acerca do novo projeto.
A Casa do Baile é apenas uma parte desse complexo, mas concentra em si as características inovadoras do todo. Estruturas livres, repletas de curvas, jardins volumosos cuja admiração não depende da visão superior se colocaram no lugar de construções sem criatividade, com formas retas, sem movimento. Sem dúvida, imaginar esse contraste entre o velho e o novo é um dos fatores mais chamativos da Casa do Baile. Imaginar o impacto causado na sociedade, imaginar a contribuição cedida à arquitetura, imaginar a dificuldade de projetar valoriza ainda mais a sua beleza.
Muito tempo se passou desde que a Casa foi erguida, suas funções sociais foram alteradas e hoje, no lugar de um cassino ou de um salão de dança, encontra-se um museu, um lugar de lazer, de turismo, de aprendizado, aberto a todas as idades. Entretanto, isso não atrapalha em nada a admiração do local, pelo contrário, estimula a vontade de conhecer e descobrir mais sobre um estabelecimento tão convidativo e marcante na nossa história.
Baseado nessas ideias e opiniões, o meu panorama foi desenvolvido. A diferenciação de tons (sépia e colorido) no plano de fundo e a inserção de itens com cores opostas a cada parte desse plano fazem referência ao contraste “velho-novo” que tanto diz respeito à Casa do Baile.
No lugar dos trabalhos atuais expostos nas paredes, foram colocados cartazes da época inicial da Casa (década de 40/50), os quais possuem temas culturais, artísticos e publicitários.
As pessoas inseridas estão, propositalmente, com certa transparência, já que elas não pertencem de fato à “época” em que estão representadas. Além disso, tais pessoas discutem a questão da mudança da função da Casa do Baile ao longo do tempo.
Vale destacar também, a presença de Oscar Niemeyer (à direita) e de Juscelino Kubitschek (à esquerda), os quais foram essenciais para o planejamento e concretização da Casa do Baile.